Câncer de Próstata – Tudo o que você precisa saber sobre ele!

O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor mais comum nos homens e, por ocorrer com muito mais frequência em maiores de 65 anos, é considerado um câncer da terceira idade.

A próstata é uma glândula pequena situada abaixo da bexiga do homem e que envolve uma parte da uretra. Ela é responsável pela produção e armazenagem do sêmen.

O câncer de próstata tem uma evolução silenciosa e lenta, que pode não se manifestar durante toda a vida e nem mesmo ameaçar a saúde do homem.

Reunimos aqui os principais tópicos sobre esta doença para você saber o que é mais importante em caso de suspeita de câncer de próstata.

– Causas e Sintomas do Câncer de Próstata

– Rastreamento do Câncer de Próstata

– Diagnóstico do Câncer de Próstata

– Ressonância Magnética Multiparamétrica

– Biópsia

– Estadiamento

– Seguimento Ativo para o Câncer de Próstata

– Tratamentos para o Câncer de Próstata

– Prostatectomia Radical Robótica

– Linfadenectomia

– HIFU

– Radioterapia

– Hormonioterapia

– Quimioterapia

 

Causas e Sintomas do Câncer de Próstata

Geralmente, o tumor da próstata cresce de forma tão lenta que não dá nenhum sinal durante a vida.

Quando o câncer chega a um estágio avançado, pode apresentar sintomas como: micção frequente, fluxo urinário fraco ou interrompido, vontade de urinar à noite, sangue na urina ou no sêmen, dor nas costas e fraqueza.

Além da idade, outros fatores podem predispor à doença: herança genética, fatores hormonais, mutações no DNA, hábitos alimentares, sedentarismo, excesso de gordura corporal e exposição a produtos químicos.

 

Rastreamento do Câncer de Próstata

Para se fazer a detecção precoce do câncer da próstata, recomenda-se o seu rastreamento a partir dos 50 anos de idade ou um pouco menos para pessoas que possuem histórico da doença na família. No entanto, isso costuma gerar dúvidas entre os pacientes, devido aos seus prós e contras.

Um ponto contra é que o rastreamento pode diagnosticar um câncer que nunca causaria problemas na vida do homem, devido ao seu crescimento lento, e por isso, um tratamento seria desnecessário. Felizmente, hoje já é possível definir melhor qual paciente realmente necessita de tratamento.

A favor está a possibilidade da descoberta de um câncer em fase inicial, que é mais facilmente tratado. Seja qual for sua decisão, discuta a necessidade de rastreamento com o seu médico!

 

Diagnóstico do Câncer de Próstata

Os exames básicos para se diagnosticar um câncer de próstata são o PSA no sangue e o toque retal, mas existem outros exames e métodos que ajudam a detalhar a doença, como a ressonância magnética, a biópsia e o estadiamento.

Veja um pouco mais sobre cada um deles a seguir!

 

Ressonância Magnética Multiparamétrica

A ressonância magnética multiparamétrica avalia vários parâmetros da próstata, como morfologia, estrutura anatômica, celular e vascular, permitindo um diagnóstico mais preciso e podendo evitar biópsias desnecessárias em pacientes com baixa probabilidade de tumor.

No caso de lesões suspeitas, é indicada uma biópsia com fusão de imagem, em que as imagens da ressonância são sobrepostas às da ultrassonografia durante o procedimento, gerando melhores resultados que os da biópsia padrão. Mas somente um médico especialista poderá indicar o melhor exame para cada caso.

 

Biópsia

A biópsia é sempre solicitada quando se tem uma suspeita de tumor, seja por alteração no PSA, toque retal ou ressonância, e é o único exame que permite o diagnóstico definitivo do câncer de próstata.

Este procedimento consiste em inserir uma agulha guiada por ultrassom através da parede do reto ou pelo períneo em direção à próstata, sob anestesia local e sedação, para a coleta de tecido celular, que deverá ser encaminhado para análise patológica.

O método mais moderno é a biópsia prostática transperineal, em que se colhem pelo menos doze pequenos fragmentos cilíndricos do tecido, reduzindo qualquer complicação.

 

Estadiamento

O estadiamento descreve aspectos do câncer como localização, disseminação e metástase. Chamado estadiamento TNM, este sistema para o câncer de próstata está baseado em 5 critérios:

– Extensão do tumor primário;

– Disseminação para os linfonodos próximos;

– Presença de metástase em outras regiões;

– Nível do PSA no momento do diagnóstico e

– Grau baseado na pontuação de Gleason.

Números e letras após o T, N e M dão mais detalhes sobre o estágio da doença. A pontuação de Gleason atribui notas de 1 a 5, baseadas no quanto o tumor se parece com o tecido normal da próstata.

Para se determinar o grupo de risco do tumor e a necessidade de mais procedimentos, bem como definir a melhor opção de tratamento, são feitas combinações destes critérios.

 

Seguimento Ativo para o Câncer de Próstata

O seguimento ativo é um procedimento bastante adotado em casos de tumores de muito baixo risco, de acordo com a biópsia, PSA e ressonância. Este tipo de abordagem já mostrou resultados positivos na diminuição do excesso de tratamentos desnecessários.

Quando a doença é diagnosticada em casos avançados, a intervenção cirúrgica é urgente. Nos casos em que não há risco de morte ou complicações, onde as lesões oncológicas não se desenvolvem, o seguimento ativo é o método mais indicado, pois evita riscos de efeitos colaterais decorrentes do tratamento.

Siga os protocolos de acompanhamento periódicos e retorne ao seu médico!

 

Tratamentos para o Câncer de Próstata

Existem diversos tratamentos para o câncer de próstata. 

Prostatectomia radical: cirurgia para a retirada da próstata. É o procedimento mais comum. 

Linfadenectomia: remove os linfonodos para verificar a existência de células cancerígenas.

HIFU: técnica que utiliza ultrassom de alta intensidade para aquecer e destruir as células cancerígenas. 

Radioterapia: utiliza radiações ionizantes para inibir o crescimento das células cancerígenas.

Hormonioterapia: é usada para controlar a doença em pacientes com metástase. 

Quimioterapia: reduz o ritmo de crescimento do tumor, a dor e pode prolongar a vida.

Vamos conhecer um pouco mais sobre cada um deles.

 

Prostatectomia Radical Robótica

A prostatectomia radical é uma cirurgia empregada no tratamento do câncer de próstata, que consiste na remoção total da próstata e de alguns tecidos ao redor, como as vesículas seminais e os gânglios linfáticos. Quando realizada com o auxílio de um robô, é chamada de prostatectomia radical robótica.

Este procedimento minimamente invasivo é feito através de pequenas incisões no abdome, onde são introduzidas as ferramentas cirúrgicas, que são manipuladas pelo robô controlado pelo cirurgião.

Além de ser uma técnica bastante segura e eficiente, a cirurgia robótica apresenta algumas vantagens em relação à cirurgia tradicional, tanto para pacientes quanto para médicos. Por isso, ela é considerada a melhor opção de tratamento para o câncer de próstata.

Para os médicos, a cirurgia robótica proporciona visão em 3D, ampliação das imagens em até 20 vezes, maior precisão dos movimentos cirúrgicos, menor sangramento durante a operação e melhor ergonomia ao cirurgião. Para os pacientes, os benefícios pós-operatórios são: incisões menores e cicatrizes imperceptíveis, menos dor e desconforto, menor risco de complicações, menos tempo de internação, recuperação mais rápida e melhores resultados de potência sexual e continência urinária.

A recuperação da prostatectomia robótica exige alguns cuidados especiais no período pós-operatório. Para um melhor resultado, siga as orientações médicas!

– 1 a 2 dias de internação hospitalar.

– 1 semana de uso de sonda vesical.

– 15 dias de repouso, sem trabalhar, dirigir ou fazer esforço físico.

– 30 dias para iniciar atividades físicas leves.

– 40 dias sem nenhum contato íntimo.

– 40 dias para retomar as atividades normais.

 

Linfadenectomia

Em um tratamento de câncer de próstata, se houver uma possibilidade de o tumor ter se disseminado para os linfonodos próximos da glândula, baseada em um alto nível do PSA ou em uma pontuação elevada de Gleason, o cirurgião poderá realizar uma linfadenectomia antes da prostatectomia radical.

A linfadenectomia é um procedimento no qual um ou mais linfonodos são removidos, para se verificar a existência de células cancerígenas. Ela serve para estadiar melhor o tumor e, em alguns pacientes com risco elevado, aumenta as chances de cura.

 

HIFU

O Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade (HIFU) é uma tecnologia moderna que permite um tratamento direcionado apenas para o tumor da próstata. Ele canaliza as ondas de alta frequência para o ponto desejado, elevando sua temperatura em até 90 graus e destruindo as células cancerígenas, sem afetar os tecidos saudáveis ao redor.

Este equipamento mapeia em tempo real as informações da ressonância magnética, aumentando a precisão da liberação de energia no local determinado.

O tratamento com o HIFU é indicado para tumores unilaterais, de volume pequeno a intermediário, e os riscos de efeitos colaterais são mínimos.

Radioterapia

A radioterapia é um tratamento para o câncer de próstata que utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células cancerígenas. 

Ela pode ser empregada no tratamento de tumores contidos na glândula prostática, como parte do tratamento de tumores que se desenvolveram nos tecidos adjacentes, para tratar tumores que recidivaram após a cirurgia ou para manter a doença mais avançada sob controle.

Existem dois tipos, a radioterapia externa e a interna (braquiterapia). Na primeira, uma fonte de radiação externa é focada sobre a glândula, enquanto a braquiterapia utiliza pequenas sementes radioativas colocadas diretamente na próstata.

Há casos em que esse é o melhor tratamento. Converse com seu médico sobre os efeitos colaterais!

Hormonioterapia

Nos casos em que o câncer se espalha por outros órgãos ou em sua recidiva, quando a cirurgia e a radioterapia não são opções de tratamento, a hormonioterapia é indicada. Sua função é baixar os níveis dos andrógenos, hormônios masculinos, para controlar o crescimento das células cancerosas.

Os métodos mais utilizados na hormonioterapia são a orquiectomia, ou castração cirúrgica, e a terapia dos agonistas do LHRH, ou castração química. Na orquiectomia, o tecido dos testículos que produz a testosterona é removido. Nos agonistas do LHRH, drogas são injetadas periodicamente. E ambos os procedimentos apresentam efeitos colaterais, como perda do desejo sexual, ondas de calor, crescimento das mamas e depressão, entre outros.

A hormonioterapia é utilizada em tumores mais agressivos e para aliviar os sintomas da doença, embora só a controle temporariamente. Entretanto, hoje já existem novos antiandrógenos mais potentes que aumentam este controle.

Quimioterapia

Quando o câncer de próstata já está avançado e não responde mais ao tratamento da hormonioterapia, a quimioterapia pode ser empregada.

A quimioterapia é um tratamento à base de medicamentos, administrados na corrente sanguínea por via intravenosa ou por via oral, a fim de retardar o crescimento do tumor e reduzir seus sintomas.

O tratamento quimioterápico é administrado em ciclos, que duram algumas semanas, intercalados com períodos de descanso para o corpo se recuperar. Embora não cure o câncer, pode prolongar a vida, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente.

 

Agora que você já sabe tudo o que precisa sobre o câncer de próstata, em caso de suspeita da doença, consulte um uro-oncologista!

Se você já está em tratamento, para obter o melhor resultado, qualquer que seja o método empregado, siga sempre as orientações médicas!

E se quiser tirar suas dúvidas ou escutar uma segunda opinião médica, agende uma consulta comigo! Será um prazer atender você.

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